Walter Hugo Khouri

por Diogo Cavour

Walter Hugo Khouri (São Paulo, 21 de outubro de 1929 — São Paulo, 27 de junho de 2003) foi um diretor bastante único e significativo dentro do panorama cinematográfico brasileiro da década de 60 até hoje. Realizou 25 longas-metragens, ganhou muitos prêmios e indicações (como a Palma de Ouro em Cannes por Noite Vazia), porém, ainda é mais conhecido por sua obra única e quase distoante do cinema brasileiro predominante daquele momento, o Cinema Novo.

No inicio da década de 60 o cinema brasileiro, através do cinema novo, tinha um cunho social muito forte, segundo os cinemanovistas seria o cinema que mudaria o mundo(?). De fato, foi importante, mas, por outro lado, representantes do cinema novo viam o cinema feito por Walter com desconfiança, o chamavam de alienado, porque não retratava em seus filmes a realidade social do Brasil, o que para muitos é um grave engano.

Khouri buscou um cinema universal com um caráter particular e brasileiro, com absoluta qualidade. Costuma ser visto como um solitário na história do cinema por não se encaixar em nenhum movimento e nem deixar "pupilos" ou influência clara. Seus filmes mostram personagens que buscam sentido para suas existências angustiantes e se mostram bastante influenciados por cineastas como Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, pelo jazz, pela obra de escritores como D. H. Lawrence e Albert Camus e de filósofos como Espinoza. Pessoal e homogêneo.

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